terça-feira, 1 de janeiro de 2013

PROMESSAS DO PREFEITO ELEITO

Abaixo publicamos o plano de governo do candidato eleito a Prefeito de Chiador - Moises, conforme publicado no site do TRE MG

PLANO DE GOVERNO CANDIDATO A PREFEITO MOISES - Nº 13


 Proposta para o Plano de Governo
1) Construção de Casas Populares na sede do Município, distrito de Penha
Longa, Sapucaia de Minas e Parada Braga;
2) Calçamento das ruas em Chiador e Penha Longa;
3) Construção de Escola em tempo Integral em Chiador e Penha Longa;
4) Cobertura na Quadra Poliesportiva de Penha Longa;
5) Reforma da Praça de Penha Longa;
6) Construção do Parque de Exposição e Estádio Municipal na sede do
município;
7) Construção de Parques infantis na sede do município, distrito de penha
Longa, Sapucaia de Minas e Parada Braga;
8) Construção de creche na sede do município;
9) Construção de área de lazer com campo de futebol e Praça em Parada
Braga;
10)Melhoria das estradas rurais para melhor atender os produtores rurais;
11)Construção de Quadra Poliesportiva em Sapucaia de Minas;
12)lIuminação no campo de Penha Longa;
13)Construção de Capelas Mortuárias em Chiador e Penha Longa;
14)Aquisição de um ônibus escolar;
15)Melhoria na iluminação pública em Penha Longa e Parada Braga;
16)Manter e ampliar os programas da Assistência Social;
17)Aquisição de outro trator agrícola;
18)Ampliação do campo de futebol em Sapucaia de Minas;
19)Construção da sala de Fisioterapia em Sapucaia de Minas;
20)Construção de OPO na sede do município e em Sapucaia de Minas;
21) Firmar convênio com a EMATER para melhor atender os produtores
rurais;
22)Reforma e ampliação da Secretaria Municipal de Saúde.

CHIADOR: UM MONUMENTO EM RUÍNAS


Publicado originalmente no blog: 

http://blogdogiesbrecht.blogspot.com.br/2012/12/chiador-um-monumento-em-ruinas.html



SEGUNDA-FEIRA, 31 DE DEZEMBRO DE 2012

CHIADOR: UM MONUMENTO EM RUÍNAS

 A estação em ruínas (Foto Gutierrez L. Coelho)
Para a estação de Chiador, em Minas Gerais, o fim chegou há muito tempo.

Chiador é uma pequena cidade mineira na divisa desse estado com a cidade de Três Rios, no Rio de Janeiro. Quando digo pequena, é pequena mesmo: sua população não chegava a 3 mil habitantes em 2010. Por acaso, foi essa cidade que recebeu a primeira estação ferroviária construída no estado, estação que hoje fica a cerca de 4 1/2 quilômetros da pequenina sede do município.
 A distância entre a estação e a cidade. A estação está perto do rio Paraíba, na curva da estrada (Google Maps)
A estação está à beira da antiga Linha Auxiliar da também extinta Central do Brasil; quando construída, no entanto, ficava no ramal de Porto Novo, de bitola larga e que ligava a cidade de Três Rios a Além Paraíba, em Minas. Mais tarde teve a bitola reduzida para a métrica para poder ser utilizado pelos trens da Leopoldina, que assim poderiam alimentar cargas e passageiros em Além Paraíba. Os tempos mudaram, a situação das ferrovias também, e hoje essa linha somente serve para trazer o minério bauxita de Cataguases para o porto do Rio de Janeiro. Os trens passam por Chiador cheios e voltam vazios para buscar mais minérios. E só.
A estação ainda inteira e o casarão (sem data)
Os trens de passageiros que passavam por ali e iam para a cidade de Leopoldina, Cataguazes e até Nova Friburgo de há muito deixaram de passar por ali. Mais precisamente, em 1984-85. Porém, a orgulhosa estação de Chiador, a primeira de Minas Gerais, já neste longínquo 1985 estava abandonada, já sem telhado. Hoje, vinte e cinco anos depois, está pior: somente as paredes estão em pé. Não há mais telhas nem madeirame. Nem pisos. Tudo a sol e chuva abertos.

A triste verdade é que a estação funcionou ali com pessoal para receber passageiros e cargas até a época em que eles existiam. Na verdade, deixaram de existir por dois motivos: a falta de interesse das pessoas de embarcarem a si próprias ou suas cargas ali e a falta de vontade da ferrovia em se modernizar e ir atrás deles para recuperá-los ou deixar de perdê-los. Tais fatos ocorreram pelo Brasil inteiro, sabemos disso.

No entanto, a situação ali era pior: a estação, como já dito acima, ficava a quase cinco quilômetros da cidade por estrada não asfaltada; o laticínio que ali existia fechou; o casarão ainda existe e hoje é moradia; as outras pouquíssimas pessoas que por ali viviam foram embora - quase não havia casas ali. Em algum ponto, provavelmente ainda durante os anos 1970, com falta de cargas e com pouca gente tomando o trem ali ou ali descendo, a decisão da RFFSA foi certamente "eles que se danem, que desçam ou peguem o trem na plataforma, só precisam que o trem pare, o pessoal de apoio não é mais necessário" - e a estação foi fechada.

Por isto, mesmo ainda com trens passando, ela foi totalmente abandonada. Como a sua manutenção já deveria ser precária, um dia o teto caiu - pode até ter havido algum incêndio, criminoso ou não - e aí, virou um monte de ruínas.
Ruínas da estação e plataforma à sua frente (Foto Gutierrez L. Coelho)
Alguns se lamentaram, a maioria certamente não ligou, como sempre - até que, um dia, alguém pensou que "era uma pena um prédio tão bonito e grande ali assim, abandonado" - e algum político local resolveu que a estação deveria ser recuperada. Pelo que sei, há cerca de três ou quatro anos, a RFFSA cedeu o prédio à Prefeitura e eles agora poderiam fazer o que quisessem com ele. Fizeram até uma festa nas ruínas, com a presença do Imperador Pedro I (um ator, claro), que era o pai do Imperador que a inaugurou em pessoa no impensável ano de 1869 - época que nem pode ser bem assimilada em nossas limitadas mentes de hoje, cento e quarenta anos depois.

Porém, a enorme distância para se chegar em local tão isolado e abandonado, próximo ao rio Paraíba do Sul, que somente tem a tranquilidade cortada por um comboio de bauxita que passa por ali seis a oito vezes por dia, essa enorme lonjura continua ali, pois a cidadezinha-sede não cresceu. E continua sendo um município que não tem dinheiro para nada, vivendo de produção agrícola e de leite. Não tem dinheiro para uma restauração caríssima num prédio tão grande, talvez o maior do município.
Ruínas da estação (Foto Gutierrez L. Coelho)
Recentemente, o Ministério Público foi atrás dos construtores da Usina de Simplício, ainda não pronta, mas que está sendo construída ali pertinho, afirmando que eles seriam obrigados a restaurar o prédio (não sei realmente por que, visto não terem sido eles os responsáveis pelo abandono da velha estação). E eles não estão, realmente, nem um pouco a fim de fazer a obra. Sabem que, num futuro próximo, tudo o que for feito ali vai ser abandonado de novo. A prefeitura fala, como sempre, em "centro cultural". Mas como? Isolado ali, ele não tem futuro algum. Quem vai se abalar de Três Rios ou de Chiador para ir ver um centro cultural tão distante?

Políticos e ao MP falam que "estação ferroviária de Chiador constitui um exemplar arquitetônico do século 19 e um espaço considerado lugar de memória, de significativo valor cultural para a comunidade local e para a sociedade mineira" e -->afinal, restaurar significa manter e isto posso garantir que não acontecerá em um local tão distante.

Já eu, blogueiro e pobre mortal, que resido a quatrocentos quilômetros da estação e da cidade e que, apesar de ter muita vontade, jamais até agora consegui arranjar um tempinho para conhecer ambas, sugiro algo que deveria ser feito e que possivelmente teria mais impacto que uma restauração - que, na realidade, se houvesse, seria mesmo era uma reconstrução, dado o estado atual do prédio mais que centenário.
Local da estação. O telhado ao norte da linha é o casarão. Na sua frente, a estação mal pode ser vista, pois não tem telhado mais (Google Maps)
Proponho que a prefeitura, se realmente estiver interessada em fazer algo com a estação (desde que não seja derrubá-la ou deixar que caia), deveria ir atrás de um projeto de escoramento decente do prédio, por dentro e não por fora (digo isso porque hoje há lá um escoramento feito nas coxas, por fora, e que não resolveria nada em caso de forte ventania, ou mesmo sem ela), o menos aparente possível (creio que isto é possível) e que, depois de limpa a estrutura, passe-se um tipo de resina que impediria a infiltração de água e, portanto, manteria a estrutura sólida e também, pelo menos por algum tempo, livre da sujeira que sempre se fixa nas construções por causa da rugosidade. A partir daí, que se mantivesse gramado o seu entorno, talvez iluminado com a luz de holofotes durante parte da noite.

Ou seja, seria ali mantida como uma espécie de monumento ao descaso nacional, reconhecendo, no entanto, o valor e a beleza de uma estrutura que, mesmo destruída como está hoje,continua a ser belíssima.

Isto seria feito a custo baixo - talvez próximo de zero, se fosse possível à Prefeitura ou a quem quer que seja apresentar um projeto de estrutura gratuito, como gratuitos seriam feitos o (bom) escoramento e o tratamento da superfície. Fora isso, haveria de se pagar um ou mais guardas para manter a estrutura longe de vândalos e um jardineiro para manter a grama cortada.

Afinal, a cidade e a prefeitura não podem ser considerados os culpados pelo abandono dos últimos quarenta anos, mas têm, sim, a responsabilidade de se fazer algo por uma das poucas atrações turísticas - senão a única - que Chiador deve ter. Afinal, o laticínio ao lado da estação voltou a ser usado para o fim a que se destina, após alguns anos de abandono e o casarão tem pessoas morando. O local voltou a ter alguma vida.

Que tal seguir o conselho do palpiteiro aqui e pôr mãos à obra? E não adianta esperar que o trem de passageiros volte. É mais fácil o rio Paraíba secar.