Fonte : site o Trem Expresso
ESTAÇÃO CHIADOR - Na divisa com o Estado do Rio de Janeiro, as ruínas da primeira Estação Ferroviária do Estado de Minas Gerais.
06/01/2013 15:44
Estação de Chiador, em fotos extraídas do site Estações Ferroviárias, de Ralph Giesbrecht
Estive na Estação em 29 de dezembro de 2012
Inaugurada em 27 de julho de 1869
Linha Auxiliar - km 195,497 (1928)
No dia 29 de dezembro de 2012, eu e o amigo Cláudio Escaraboto saímos para mais uma excursão arqueológica ferroviária. Objetivo: encontrar a Estação de Chiador, ou o que sobrou dela.
Partimos então com destino àquele Município passando por Mar de Espanha. Daí até Chiador foi realmente uma aventura descendo a serra. Estrada de terra em péssimo estado, muitas valetas dificultando a passagem de carros mais baixos. Mas o cenário realmente é compensador! A estradinha e naturalmente decorada pela matas, rios e cachoeiras, sendo cercada por grandes e belos maciços de pedra.
Enfim, chegamos à sede do Município de Chiador e seguimos por estrada asfaltada sentido ao distrito de Penha Longa. Bem no meio do percurso, abandonada no meio do “nada”, no cruzamento da estrada com linha férrea, encontramos as ruínas da antiga e outrora belíssima Estação Ferroviária de Chiador, a primeira estação ferroviária do Estado de Minas Gerais.
A primeira pergunta que vem a cabeça: Por que construir um prédio tão suntuoso longe de tudo e de todos?
Trata-se de uma construção imponente, uma bela gare dotada de duas torres nas extremidades, localizada numa distância média de 4 a 5 km da sede do município ou do distrito. Por que um prédio daquele tamanho ali?
Voltando aos dias atuais, o que encontramos foi um cenário desolador. A antiga estação está em ruínas. Suas belas paredes (as que ainda restam) erguidas pedra por pedra se encontram escoradas, e muito mal escoradas, diga-se de passagem.
Entrando no que sobrou da estação, vivi uma mistura de sentimentos. Primeiro, fiquei impressionado com a beleza da arquitetura, com a precisão e a técnica de encaixe das pedras fazendo-nos pensar na trabalheira que deu para levantar tudo aquilo. Observei a riqueza de detalhes nos contornos, enfim, na grandiosidade daquela obra para o seu tempo.
Depois veio a emoção em imaginar tudo aquilo funcionando a pleno vapor, o trem chegando, passageiros e cargas entrando e saindo e aí deparar com a triste realidade do completo abandono, do desrespeito a tudo e a todos. Tristeza por ver o total e completo descaso com que o patrimônio público vem sendo tratado ao longo de anos e anos a fio.
Por fim, o pior dos sentimentos! Ver que tudo aquilo pode acabar de vez a qualquer momento. Que um breve sopro de vento pode derrubar tudo de vez e destruir toda uma história.
Em Penha Longa, ficamos sabendo de uma ação do Ministério Público no sentido de tentar recuperar aquele patrimônio, reformando-o por completo. Não consigo crer nisto, mas para aqueles que acreditam na preservação da história, fica uma dica: a sugestão que o amigo Ralph Mennucci Giesbrecht fez em seu blog blogdogiesbrecht.blogspot.com.br/2012/12/chiador-um-monumento-em-ruinas.html poucos dias após minha visita a Chiador, plenamente viável e plausível.
Como ele, penso que esta é a melhor maneira de preservar um pouco do que restou de uma bela história.
Leia mais: http://otremexpresso.webnode.com.br/news/esta%C3%A7%C3%A3o-chiador-na-divisa-com-o-rio-de-janeiro,-as-ruinas-da-primeira-esta%C3%A7%C3%A3o-ferroviaria-do-estado-de-minas-gerais-/